Paraná articula com o Ministério do Turismo a construção de terminal de passageiros em Paranaguá.

O secretário do Turismo, Faisal Saleh, disse que o projeto exige a união de esforços entre os governos estadual e federal e da iniciativa privada, com aporte de recursos públicos e também Parcerias Público Privadas (PPPs), ou ainda concessão. A implantação de um terminal para embarque e desembarque de passageiros em Paranaguá vai desafogar o terminal de Santos (SP) e permitir a captação de turistas até do Paraguai. A grande área preservada, o patrimônio histórico e as alternativas de passeios, a gastronomia regional e os acessos à região são diferenciais atrativos pra o segmento de turismo náutico.

O secretário de Estado do Turismo, Faisal Saleh, disse nesta quarta-feira (6), que o Paraná está articulando com o Ministério do Turismo e a Secretaria Especial de Portos um projeto para implantar um terminal para embarque e desembarque de passageiros em Paranaguá. O custo do investimento é de aproximadamente R$ 150 milhões, e compõe o projeto de expansão do Porto de Paranaguá, estimado em R$ 2,5 bilhões. A construção de novos cais e berços de atracação vai ampliar a capacidade de movimentação do terminal para até 70 milhões de toneladas por ano.

“Esta iniciativa exige união de esforços em todas as esferas administrativas do poder público e da iniciativa privada, seja por aporte direto de recursos públicos ou por meio de Parcerias Público-Privadas e por concessão de exploração”, afirmou Saleh. O secretário foi o anfitrião da 15ª Reunião do GT Náutico Brasileiro, realizado em Paranaguá, nesta terça e quarta-feira. O encontro reuniu representantes de cinco ministérios, do trade turístico nacional e dos municípios litorâneos paranaenses.

Para o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, é estratégico que o Paraná participe do turismo náutico e marítimo, oferecendo um ponto de embarque e desembarque de passageiros com receptivo e toda a infraestrutura necessária. “O crescimento desse setor está condicionado à oferta de novos pontos de atracação, que permitam o aceso a novos roteiros atrativos ao turista, e Paranaguá tem um grande potencial”, disse Silva Filho. “Hoje não existem alternativas de atracação entre Santos e Buenos Aires.”

O diretor do departamento de estruturação, articulação e ordenamento turístico do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch, que coordena o Grupo de Trabalho do Turismo Náutico Nacional, disse que o projeto paranaense de construir um homeport, para embarque e desembarque de passageiros pode ser um “marco divisor de águas”, para o desenvolvimento do turismo regional, que beneficiaria toda a comunidade. Segundo ele, um homeport no Paraná desafogaria o Porto de Santos, criaria uma alternativa para o embarque e desembarque de passageiros e permitiria captar turistas do Paraná, Santa Catarina e até do Paraguai.

“Vamos levar à Abremar (Associação de Empresas Marítimas) uma proposta para que ainda neste ano possa ser feito um experimento com algumas escalas de navios de cruzeiro em Paranaguá. A área do Santuário do Rocio possui espaço para receptivo para turistas, que podem ser transportados dos navios fundeados na baía por meio de barcos menores (tenders), sem interferir na operação comercial do porto”, disse Moesch. “A região possui diferenciais excelentes, porque oferece alternativas que independem do clima. A imensa área preservada do litoral paranaense é como uma jóia da coroa. Aliado a isso existem componentes históricos, gastronomia regional variada, passeios de barco, proximidade de praias e ilhas, acessos por mar, por rodovia e até o trem”, destacou Moesch. Ainda segundo ele, a cada viagem, um navio de cruzeiro transporta em média 3.000 pessoas, que buscam diversidade de opções.

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Airton Maron, disse que o porto tem áreas disponíveis para construir o terminal de passageiros e está aberto a todas as propostas para contribuir com o desenvolvimento da economia do Litoral paranaense. “Já encaminhamos um pedido de recursos ao governo federal e acreditamos que a parceria com a iniciativa privada, por meio das grandes companhias de navegação, pode ser um grande incentivo para que o projeto saia do papel”, disse Maron. 

GRUPO DE TRABALHO
Durante a 15ª Reunião do GT Náutico Brasileiro foi anunciada a criação de um grupo de trabalho, coordenado pela Secretaria de Estado do Turismo, para promover estudos e medidas de estímulo ao desenvolvimento do turismo náutico no Paraná. Nos próximos 20 dias deve ocorrer a primeira reunião do grupo, com a participação das secretarias de Infraestrutura e Logística, do Serviço Social Autônomo Ecoparaná e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), e entidades convidadas. “Vamos estabelecer um planejamento estratégico e um cronograma de ações para acelerar os processos e permitir que no menor tempo possível possamos ter um sistema receptivo atraente, sustentável e economicamente viável, que agrade ao turista e com isso fomente o desenvolvimento regional, melhorando a renda da população do Litoral”, disse Faisal Saleh.

 

 

Além da preocupação com a possibilidade de receber navios de cruzeiro, o GT do Turismo Náutico Paranaense vai avaliar questões ligadas à melhoria da estrutura para embarcações menores, de lazer; na capacitação e preparação dos prestadores de serviços de atendimento (gastronomia, hospitalidade etc); no atendimento às questões ambientais, como o ordenamento da ocupação da faixa litorânea, a capacidade de carga dos navios e a destinação de resíduos; nas oportunidades de desenvolvimento do ecoturismo e ainda nos planos de contingência para questões como saúde e segurança públicas. 

Para o presidente da Adetur Litoral (Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná), Carlos Gnata, a realização da reunião do GT Náutico Brasileiro em Paranaguá e a criação do GT Náutico Paranaense permitirão o desenvolvimento do segmento que faltava para completar o portfólio de opções turísticas no litoral paranaense. “O turismo náutico e marítimo é essencial, porque vai trazer investimentos públicos e privados e promover o desenvolvimento de várias pequenas empresas, responsáveis por complementar a estrutura para o turista, oferecendo passeios de barco, ecoturismo, serviços de marina e de navegação”, disse Gnata. “Além disso, os barcos de navegação de lazer que hoje passam direto pela nossa região, terão uma nova opção para ser melhor atendidos, com o abrigo e a segurança que oferece o mar interior da nossa baía”, afirmou o dirigente da Adetur.

BANDEIRA AZUL
Durante o encontro, em Paranaguá, um grupo de gestores públicos e proprietários de marinas assistiu a uma apresentação do programa de certificação internacional Bandeira Azul, que no Brasil é representado pelo Instituto Ambiental Ratones, de Florianópolis. A certificação, que é baseada no atendimento a um conjunto de 33 critérios, divididos em quatro grupos (educação ambiental; segurança pública; gestão ambiental e qualidade da água). “Ao cumprir esses critérios, que são aferidos e julgados por um comitê nacional e outro internacional, a praia ou marina que é certificada pelo Bandeira Azul passa a ter visibilidade internacional”, explica Leana Bernardi, do Instituto Ambiental Ratones. “Significa que o local é capaz de oferecer um nível de qualidade a seus usuários, com garantia de ambiente adequado, seguro e saudável, o que leva também a uma valorização imobiliária e da hotelaria”, afirma.

 

 

Ao inscrever-se no programa, a praia ou marina tem um prazo de até dois anos para se enquadrar nos requisitos do Bandeira Azul e depois precisa encaminhar a documentação para receber a certiticação, que precisa ser renovada a cada ano. 

FOTOS EM: www.portosdoparana.pr.gov.br
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ASSCOM APPA
Assessoria de Comunicação – Appa

 

 

 

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